quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Entrevista a Rui Nascimento

Resuma-nos um pouco a sua vida desportiva.
R:
Comecei em França, permaneci 5 anos no Centro de Formação do F.C. SOCHAUX. Passei no ST. DIÉ clube da 2º divisão Francesa, emprestado pelo Sochaux. Depois voltei a Portugal para integrar a Seleção Portuguesa no mundial de Júniores no Japão em 1979. Assinei um contrato com o Benfica por 4 anos, depois passei pelo Leiria, Vitória de Setúbal, Vitória de Guimarães, F.C Do Porto, F.C. Tirsense.

Começemos então pela sua carreira enquanto futebolista. Quais eram os seus pontos fortes?
R:
É dificil de falar sobre as minhas qualidades, mas julgo que sempre fui um verdadeiro profissional, entreguei-me completamente á minha profissão e sempre fui honesto para comigo e para a minha entidade patronal.

Como surgiu a hipótese de representar o Vitória?
R:
Depois de representar o Vitória de Setúbal durante 3 anos onde era já o seu capitão, surgiu-me a hipótese de voltar ao Benfica, aparecendo também o VITÓRIA na luta pela minha aquisição. Eu decidi representar o VITÓRIA em detrimento do Benfica pela honestidade das pessoas na altura ( Sr. ANTÓNIO MENDES) e também pela sua grandiosidade.

Como era representar o Vitória?
R:
Representar o VITÓRIA é sem dúvida fazer parte de uma família enorme que ama o seu clube como se fosse parte de sua família. O VITÓRIA É UM CLUBE SUI GENERIS porque em Guimarães toda a população AMA O SEU VITÓRIA e não está vinculado a mais nenhum outro clube.

O Vitória sempre foi visto como um grande clube a nível Nacional. Naquela altura, era um sonho para qualquer jogador representar o Vitória?
R:
Era e continua a ser um objectivo para qualquer jogador da 1º divisão representar o VITÓRIA. É sem dúvida um grande clube que os jogadores de maior classe gostariam de representar.

Desde que chegou, afirmou-se logo como um pilar no meio campo do Vitória. Foi fácil a conquista do lugar?
R:
Nunca foi fácil para mim, nem para outro jogador do VITÓRIA se afirmar porque sempre houve boa concorrência, mas eu tinha a certeza da minha entrega, do meu valor e sabia que me ia impôr no VITÓRIA porque é um clube em que é reconhecido a entrega dos jogadores pelos seus sócios e nessa qualidade eu sabia que ia agradar e me impôr.

Nascimento, era um jogador de poucos golos, mas marcou um, que não vai esquecer. Fale-nos desse golo marcado ao Groningen da Holanda.
R:
Você está enganado, sempre fui jogador de fazer golos. Apesar da minha posição no SETÚBAL fiz numa época 12 golos , no TIRSENSE fiz 5 golos , no VITORIA fiz menos mas sempre fui jogador de alguns golos mesmo jogando numa posição defensiva.

No Vitória, conseguiu momentos muito marcantes. Como foi envergar a braçadeira de capitão e chegar à selecção Nacinal com a camisola do Vitória?
R:
O VITÓRIA foi um clube que me marcou muito por todas essas situações por isso quando rescindi o contrato como adjunto há 1 ano atrás me fez muita confusão como meninos que nunca fizeram nada pelo VITÓRIA, tentaram brincar com a minha dignidade e entrega ao VITÓRIA durante todos estes anos como jogador e como Adjunto.

E a conquista da Supertaça?
R:
Foi soberba. Eu joguei o 1º jogo, no jogo das antas encontrava-me lesionado, fui operado á clavícula. Foi um jogo de grande sacrifício onde conseguimos essa grande vitória contra uma equipa muito boa.

Porque recusou renovar o contrato pelo Vitória?
R:
Porque tinha 29 anos e apareceu-me uma proposta do F.C. PORTO. Na altura o Dr Pimenta Machado não foi muito correcto comigo... Eu era capitão de equipa e acabava o meu contrato e ele tentou-me pressionar começando a renovar com os brasileiros e deixando os portugueses para o fim. Senti-me defraudado e assinei pelo F.C. DO PORTO, onde também era a minha última oportunidade de jogar para ser campeão.

Agora a carreira após o futebol. Manuel Cajuda, vê em si um grande adjunto e deposita muita confiança no seu trabalho. Como surgiu integrar a equipa técnica de Manuel Cajuda que já dura uns longos anos?
R:
CAJUDA é um mestre para mim eu sou CAJUDIANO 100% trabalho com ele há 18 anos não é brincadeira. Separados por 1 ano onde ele foi para o EGIPTO e eu fiquei no PINHALNOVENSE onde também fiz uma boa época. Penso que será muito difícil trabalhar com outro treinador.

Só por uma época é que esteve fora de Manuel Cajuda e esteve como treinador principal no PinhalNovense. Mas logo na época seguinte regressou à equipa técnica de Manuel Cajuda e logo para representar o Vitória. Como foi esse regresso a Guimarães?
R:
Manuel Cajuda depois de sair do ZAMALEK ligou comigo para representar o VITÓRIA, mas eu tinha contrato com o Pinhalnovense e não me libertaram para poder representar durante esses 6 primeiros meses o VITÓRIA.

Depois da subida de divisão, o regresso do Rei ao escalão máximo não poderia ter corrido melhor. Conquistar um 3ºlugar e garantir um lugar na Liga dos Campeões. Como foi vivida essa época?
R:
Eu não estive na subida, como já referi estava a trabalhar no Pinhalnovense visto que CAJUDA foi trabalhar para o EGIPTO e eu fiquei a trabalhar em Portugal. Mas no ano da conquista da pré eliminatória da Liga dos Campeões já fiz parte dessa maravilhosa equipa e grande campanha. Foi uma época maravilhosa com uma equipa vinda da 2º divisão mas com uma humildade incrível foi pena termos sido roubados naquele fatídico jogo de BASILEIA ( mas que roubo) merecíamos ter desfrutado da Liga dos Campeões.

Sente-se orgulhoso pela prestação do Vitória na pré-eliminatória da Liga dos Campeões ou sente que o Vitória poderia ter feito algo mais?
R:
Sempre senti orgulho em fazer parte da família Vitoriana como jogador e depois como adjunto. Como referi anteriormente fomos escandalosamente roubados nessa eliminatória. Por acaso fui eu que observei 2 jogos do Basileia e no meu pensamento confiava muito na passagem para a fase de grupos.

Depois da derrota na pré-eliminatória da Liga dos Campeões, a época não correu de feição ao Vitória. O que se passou? Foi só a perda de jogadores importantes que levou o Vitória a fazer uma época miserável ou haviam outros problemas?
R:
Penso que essa eliminatória teve alguma influência na carreira da equipa foi uma grande desilusão para todos nós porque a seguir a essa não passagem, não estivemos muito bem nos jogos seguintes, isso afectou a equipa e de que maneira.

Depois de ter começado a preparação da nova época, o que se passou na para que Manuel Cajuda tenho sido despedido?
R:
Não queria falar sobre isso porque não sei realmente o que se passou para esse afastamento repentino mas penso que CAJUDA não merecia ser afastado como foi depois do trabalho efectuado em prol do VITÓRIA.

Falou-se que você iria ser treinador de uma equipa satélite do Vitória, de modo a que recebesse alguns jogadores para ganharem experiência para mais tarde regressarem ao Vitória. Isso é verdade?
R:
Houve conversas nesse sentido mas com a saída de CAJUDA a minha era inevitável pois sempre trabalhamos juntos faz já 18 anos e nunca o iria atraiçoar.

Espera regressar ao Vitória?
R:
O futuro a DEUS pertence.

O Que acha que falta ao Vitória para se afirmar de uma vez por todas como um grande clube e que possa lutar por títulos?
R:
Organização e melhores condições financeiras para contratar jogadores de mais valia porque o resto tem.

Qual o melhor jogador que já teve o prazer de treinar?
R:
Felizmente já tive o prazer de treinar grandes jogadores do nosso país.

Como está a correr a aventura com Manuel Cajuda Nos Emirados?
R:
Maravilhosamente, numa equipa que só se quer manter no escalão máximo, o 1º ano foi bom e este ano melhoramos ainda mais (para já), esperamos fazer uma 2ª volta melhor que a 1ª para ficarmos nos 4 primeiros.

Quem é o seu melhor amigo no mundo do futebol?
R:
MANUEL CAJUDA

Planos para o futuro?
R:
SAÚDE

Alguma mensagem para o blog e para os adeptos do Vitória?
R: Desejar um ano cheio de saúde e alegrias e que sejam felizes.


O Conquistador agradece ao Nascimento pela disponibilidade e simpatia com que nos ajudou neste projecto. Obrigado por tudo e boa sorte para o seu futuro.